27 julho 2006

e o resto são cantigas! - parte iii

pronto. antes de mudar a temática dos posts - que esta já chateia - e conforme o prometido, fica mais uma das cantigas de família! bem, esta é um bocadinho escatológica...


deu-se perto de beirolas
um grande acontecimento

o ti manel das cebolas
estreou uma cerolas
no dia do casamento
(bis)


estavam sentados à mesa
levantou-se de repente

e disse à sua queridinha
vou fazer um coisinha
que ninguém faz pela gente
(bis)


já um tanto atrapalhado
o ti manel das cebolas

mesmo à beira do riacho
deitou as calças abaixo
sem se lembrar das cerolas
(bis)


já depois de aliviado
ergueu as calças então

ficou muito chateado
porque tinha despachado
e não viu nada no chão
(bis)


a esposa por sua vez
diz ao ti manel porém

ela diz que ele não fez
e o manel batendo o pé
diz que sim e muito bem
(bis)


já um tanto arreliado
mete a mão na calça e diz

olhem cá para a minha mão
vejam se eu tinha razão
vejam se eu fiz ou não fiz
(bis)

19 julho 2006

E o resto sao cantigas - Parte II

Havia um homem
Natural de Pernambuco
Que ia dando em maluco
Com a mania do bilhar.

So come ervilhas
E essas mesmas nao mastiga
Que é pra sentir na barriga
As bolas carambolaaaaaarrrrr

Onde vais, valente?
- Vou pra linha da frente!
Onde vais, rapaz?
- Vou pra linha de trás!

Compadre Zé
Vai pescando na ribeira
Com caninha de madeira
Com caninha de bambu.

Peixe danado,
Barbatana que estrebucha,
Peixe pica, peixe puxa,
Engole o compadre e tuuuudddooo

Onde vais, valente?
- Vou pra linha da frente!
Onde vais, rapaz?
- Vou pra linha de trás!

17 julho 2006

e o resto são cantigas!

nas variadíssimas casas que foram, e são, nossas, sempre se falou muito alto (ou não fossemos da beira-mar!) e sempre se cantou muito. cantava-se na nossa própria casa e na casa das avós e na das tés... [as tias, cá em casa, não são titis, nem tis! são tés!]
o nosso bisavô, então, era um cantarolador nato. as tardes passava-as a tamburilar os dedos (enormes, como ele!) no tampo da mesa da cozinha, e a cantar canções de sempre, muito antigas, de tricanas, albois e rossios, e outras coisas que tais.

mas uma das cançonetas nos há-de ficar para sempre na memória, e ainda a cantamos muitas vezes, normalmente no final das festangas e tainadas familiares, depois do cervejão começar a fazer efeito. aqui fica [assim de repente, até acho que me falta ali no meio uma estrofe, não, so?]:

era meia-noite e eu à porta sentado
já tudo dormia, só eu acordado
passa, de repente, uma moreninha
de saiinha curta, ó que bela perninha

pego na bengala e vou atrás dela
ao virar da esquina dou logo com ela
(bis)

você que me quer
ó seu atrevido
sou mulher casada
tenho o meu marido
(bis)

volto para trás, triste e pensativo
olha a moreninha
que já tem marido
(bis)

13 julho 2006

uma vida, outra vida, muitas vidas entrelaçadas

João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se
e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade


Porque todas as historias de todas as familias de todos os lugares do mundo começam e acabam no mesmo sitio: abaixo do ombro, a esquerda.